Jovem aventureiro (Leonardo DiCaprio) ganha passagem, em mesa de jogo, para a primeira viagem do transatlântico Titanic. No navio, apaixona-se por Rose Bukater (Kate Winslet), noiva de um homem rico e arrogante (Caledon Hockley), com quem vive um amor proibido. Mas a viagem ganha contornos trágicos quando o navio se choca com um iceberg. Uma história de amor a bordo da viagem inaugural do Titanic. Dirigido por James Cameron (O Exterminador do Futuro) e com Leonardo DiCaprio, Kate Winslet, Billy Zane, Gloria Stuart e Bill Paxton no elenco. Vencedor de 11 Oscars. Jack Dawson (DiCaprio) é um passageiro de terceira classe abaixo dos passageiros de terceira classe; ganhou o bilhete para o Titanic. Rose DeWitt (Winslet) é uma jovem da alta sociedade, de uma família com pouco dinheiro mas com toda a classe. Porque a classe não chega, a
mãe (Fisher) obriga-a a casar, contra a sua vontade, com Cal Hockley (Zane), rico e - claro - desprezível. O que poderia acontecer entre um pobretanas, inteligente e cheio de virtudes, e uma rapariga da alta sociedade farta da sobrevalorização das aparências da vida social? Além de se duelarem até à morte com rabanetes? Sim, romance, e fiquemos descansados porque nada na terra poderá separá-los.A mega-produção de James Cameron é o filme do ano de 1997 para muitos e será o filme do ano de 98 para outros tantos. Procurou alcançar-se a simbiose perfeita; filme-catástrofe cruzando-se com história de amor comovente. Resultará para uns, falhará para outros, mas muito escasso deve ser o número de espectadores que não se
delicia com o segmento da "desgraça". Cameron filmou muito material, mas só conseguiu levar 194 minutos às salas de cinema. À data da estreia do filme nos EUA, em meados de Dezembro, já se discutia quando seria lançada a edição especial, com cerca de 5 horas (em Laser Disc, para começar, mas não será de admirar que também passe por salas de cinemas de alguns países) .O romance que se nos apresenta não traz nada de novo. Por um prisma é "a mesma história do costume", por outro é uma "história de amor clássica". Os clichés estão por lá todos, bem como uma série de gracinhas (ou "one-liners") que ficariam ainda melhor em qualquer filme com Arnold Schwarzenegger. Convenhamos, é difícil filmar uma tragédia romântica credível e, ao mesmo
tempo, retalhar o script, introduzindo comentários fora de contexto, de 7 em 7 minutos (ou o que for). Presume-se que se queira suster o desabafo emocional para o segmento final do filme.Cameron orgulha-se de ter sido fiel à história e deu-se ao luxo de reproduzir fielmente os interiores do gigantesco navio, a louça usada, as carpetes (aparentemente feitas no mesmo local das originais), etc. O resto são detalhes. Há a tatuagem de Kate Winslet e a referência a um lago artificial criado apenas alguns anos mais tarde, por exemplo. Mas quem olha para insignificâncias? Também ninguém olha para a louça, mas é um comentário que fica sempre bem. A parte técnica está quase perfeita. Aparte um plano muito incómodo em que a cara de Winslet treme na
"moldura" da sua cabeça, enquanto a água a persegue por um corredor, as restantes falhas mal se notam por serem detalhes em planos de conjunto (como é o caso de uma ou outra "pessoa" que ficou por "encher").Seja feita justiça, porque se conseguiu fazer um blockbuster acessível e relativamente agradável. Mesmo que o texto não seja bom, os personagens não irritam como os de um qualquer «Twister», esse sim só efeitos de imagem e som. Por muito que faça confusão que se faça um filme sobre o Titanic, e depois se diga que se estava mais interessado na história dos personagens (claro, primeiro escreveu-se o romance, depois alguém se lembrou do cenário...), é de louvar que - de facto - se tenha conseguido levar do início ao fim o
romance entre Jack e Rose e que o acidente surja, naquele contexto, como algo meramente secundário. Mas que nós fomos lá para ver o barco afundar, lá isso fomos.Resta-nos perguntar se vale a pena gastar 200 milhões de dólares para construir um barco para depois o atirar contra um iceberg, se se queria contar uma história de amor. (Era uma pergunta retórica). Claro que de outro modo não seria notícia. Até o teledisco de Céline Dion é notícia, e motivo de orgulho de apresentadores de telejornais de um país que não tem programas televisivos de cinema.
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