

A mega-produção de James Cameron é o filme do ano de 1997 para muitos e será o filme do ano de 98 para outros tantos. Procurou alcançar-se a simbiose perfeita; filme-catástrofe cruzando-se com história de amor comovente. Resultará para uns, falhará para outros, mas muito escasso deve ser o número de espectadores que não se

O romance que se nos apresenta não traz nada de novo. Por um prisma é "a mesma história do costume", por outro é uma "história de amor clássica". Os clichés estão por lá todos, bem como uma série de gracinhas (ou "one-liners") que ficariam ainda melhor em qualquer filme com Arnold Schwarzenegger. Convenhamos, é difícil filmar uma tragédia romântica credível e, ao mesmo

Cameron orgulha-se de ter sido fiel à história e deu-se ao luxo de reproduzir fielmente os interiores do gigantesco navio, a louça usada, as carpetes (aparentemente feitas no mesmo local das originais), etc. O resto são detalhes. Há a tatuagem de Kate Winslet e a referência a um lago artificial criado apenas alguns anos mais tarde, por exemplo. Mas quem olha para insignificâncias? Também ninguém olha para a louça, mas é um comentário que fica sempre bem. A parte técnica está quase perfeita. Aparte um plano muito incómodo em que a cara de Winslet treme na

Seja feita justiça, porque se conseguiu fazer um blockbuster acessível e relativamente agradável. Mesmo que o texto não seja bom, os personagens não irritam como os de um qualquer «Twister», esse sim só efeitos de imagem e som. Por muito que faça confusão que se faça um filme sobre o Titanic, e depois se diga que se estava mais interessado na história dos personagens (claro, primeiro escreveu-se o romance, depois alguém se lembrou do cenário...), é de louvar que - de facto - se tenha conseguido levar do início ao fim o

Resta-nos perguntar se vale a pena gastar 200 milhões de dólares para construir um barco para depois o atirar contra um iceberg, se se queria contar uma história de amor. (Era uma pergunta retórica). Claro que de outro modo não seria notícia. Até o teledisco de Céline Dion é notícia, e motivo de orgulho de apresentadores de telejornais de um país que não tem programas televisivos de cinema.
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